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Contratura Muscular

Uma Contratura Muscular no Ombro é uma contração involuntária, contínua e persistente de um ou mais músculos da região do ombro e pescoço. Esta contração leva ao encurtamento das fibras musculares, tornando o músculo rígido, tenso e doloroso ao toque, como se tivesse um “nó”. Não é uma lesão aguda como uma distensão, mas sim um estado de contração prolongada.


Sintomas

Os sintomas de uma contratura muscular no ombro são bastante característicos:

  • Dor localizada: O principal sintoma é uma dor surda, constante ou aguda na zona do músculo afetado, que pode irradiar para o pescoço ou braço.
  • Massa palpável ou “nó”: Ao toque, o músculo apresenta-se endurecido e é possível sentir uma área mais tensa ou um “nó” no seu interior.
  • Rigidez: O ombro e/ou o pescoço ficam rígidos, limitando a amplitude de movimento, dificultando tarefas como levantar o braço, virar a cabeça ou alcançar objetos.
  • Sensibilidade ao toque: A área da contratura é dolorosa quando pressionada.
  • Dor à movimentação: A dor pode piorar ao tentar alongar o músculo afetado ou realizar movimentos específicos.
  • Fraqueza muscular: Em alguns casos, a dor e a rigidez podem levar a uma sensação de fraqueza no braço ou ombro.

Causas

As contraturas musculares no ombro são multifatoriais e frequentemente resultam de uma combinação de fatores:

  • Sobrecarga ou esforço excessivo: Atividades que exigem o uso repetitivo ou intenso dos músculos do ombro e pescoço, como levantar pesos, desportos de arremesso, ou trabalhos que envolvem movimentos acima da cabeça.
  • Má postura: Manter posturas incorretas por longos períodos (ex: ao usar o computador com os ombros curvados, dormir em posições inadequadas, ou carregar mochilas pesadas num só ombro).
  • Stress e tensão emocional: O stress e a ansiedade levam à tensão muscular crónica, especialmente na região do pescoço e ombros.
  • Fadiga muscular: Músculos fatigados são mais suscetíveis a contrações involuntárias.
  • Exposição ao frio ou correntes de ar: Pode levar à contração protetora dos músculos.
  • Desidratação e desequilíbrios eletrolíticos: A falta de água e de minerais essenciais (como magnésio e potássio) pode comprometer a função muscular.
  • Movimentos bruscos ou incorretos: Um movimento súbito ou realizado de forma errada pode desencadear uma contratura.
  • Lesões anteriores: Um músculo que já sofreu uma lesão pode ter maior propensão a desenvolver contraturas.

Diagnóstico

O diagnóstico de uma contratura muscular no ombro é primariamente clínico, baseado na avaliação do médico:

  • Histórico clínico: O médico irá questionar sobre os sintomas, a sua localização, intensidade, duração, fatores desencadeantes e aliviadores, e o histórico de atividades físicas ou profissionais.
  • Exame físico: A palpação do músculo é crucial para identificar a área endurecida, o “nó” ou banda tensa, e a sensibilidade ao toque. O médico também avaliará a amplitude de movimento do ombro e pescoço para identificar limitações.
  • Exames complementares: Geralmente, não são necessários exames de imagem para diagnosticar uma contratura simples, pois estas não são visíveis em RX ou TAC. No entanto, se houver suspeita de outra condição subjacente (como uma tendinite, rotura do manguito rotador ou problema na coluna cervical que cause dor referida), o médico poderá solicitar:
    • Ecografia (ultrassonografia): Pode, por vezes, mostrar alterações na estrutura muscular, mas não é rotineiramente usada para contraturas simples.
    • Ressonância Magnética Nuclear (RMN): Mais usada para excluir outras lesões do ombro (tendões, ligamentos, cartilagens) se o diagnóstico não for claro ou se os sintomas forem persistentes e atípicos.

Tratamento

O tratamento das contraturas musculares no ombro visa aliviar a dor, relaxar o músculo e restaurar a sua função normal:

  • Aplicação de calor: Bolsas de água quente, compressas quentes ou duches quentes ajudam a aumentar o fluxo sanguíneo para o músculo, promovendo o relaxamento e alívio da dor.
  • Repouso relativo: Evitar atividades que agravem a dor. No entanto, o repouso completo e prolongado não é recomendado, pois pode levar à rigidez.
  • Massagem: Massagens localizadas na área da contratura podem ajudar a desfazer o “nó” muscular e a promover o relaxamento das fibras.
  • Alongamentos: Realizar alongamentos suaves e progressivos do músculo afetado, sempre dentro dos limites da dor.
  • Medicação:
    • Analgésicos: Para alívio da dor.
    • Anti-inflamatórios Não Esteroides (AINEs): Podem ser usados para reduzir a inflamação, se presente.
    • Relaxantes musculares: Podem ser prescritos em casos de dor mais intensa ou contraturas persistentes, mas devem ser usados com cautela devido aos seus efeitos secundários (ex: sonolência).
  • Fisioterapia: É um componente fundamental do tratamento, especialmente para contraturas recorrentes ou persistentes. O fisioterapeuta pode utilizar:
    • Técnicas de terapia manual (massagens terapêuticas, mobilizações).
    • Eletroterapia (TENS, ultrassom).
    • Cinesioterapia (exercícios de alongamento e fortalecimento específicos).
    • Reeducação postural.
  • Acupuntura: Em alguns casos, pode ser uma opção para o alívio da dor e relaxamento muscular.

Prevenção

A prevenção das contraturas musculares no ombro passa pela adoção de hábitos saudáveis e pela correção de fatores de risco:

  • Manter uma boa postura: Consciência postural ao sentar, trabalhar e durante as atividades diárias. Ajustar a ergonomia do posto de trabalho (altura do monitor, cadeira, teclado).
  • Aquecimento e alongamento: Realizar um aquecimento adequado antes de qualquer atividade física e alongamentos no final.
  • Fortalecimento muscular: Manter os músculos do ombro, pescoço e das costas fortes e equilibrados.
  • Gerir o stress: Praticar técnicas de relaxamento como ioga, meditação, mindfulness ou outras atividades que ajudem a reduzir a tensão emocional.
  • Hidratação adequada: Beber bastante água ao longo do dia para garantir a hidratação dos músculos.
  • Alimentação equilibrada: Garantir uma ingestão suficiente de nutrientes, incluindo minerais como magnésio e potássio.
  • Evitar a sobrecarga: Não exceder os limites dos músculos, aumentando a intensidade e a duração do exercício gradualmente.
  • Fazer pausas: Em atividades que exigem longos períodos na mesma posição, fazer pausas regulares para alongar e movimentar os músculos.
  • Proteger do frio: Agasalhar-se adequadamente em ambientes frios ou com correntes de ar.

Se as contraturas forem frequentes, muito dolorosas ou não melhorarem com as medidas de autocuidado, é aconselhável procurar um médico ou fisioterapeuta para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.