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Bloqueio da epifíse distal do Rádio/cúbito

O “bloqueio da epífise distal do rádio/cúbito” refere-se a uma situação em que o crescimento ósseo nas extremidades do rádio e/ou do cúbito (os dois ossos do antebraço) é afetado. Isso ocorre na placa de crescimento (epífise), uma área de cartilagem próxima às extremidades dos ossos longos em crianças e adolescentes, responsável pelo seu alongamento. Um “bloqueio” significa que essa placa de crescimento foi danificada e deixou de crescer normalmente, ou cresce de forma assimétrica.


Sintomas

Os sintomas de um bloqueio da epífise distal do rádio/cúbito podem incluir:

  • Encurtamento do antebraço: O braço afetado pode parecer mais curto que o outro, uma vez que o osso ou ossos deixaram de crescer ao ritmo normal.
  • Deformidade no punho/mão: Pode haver um desvio ou angulação anormal do punho ou da mão, uma vez que um dos ossos (rádio ou cúbito) pode estar a crescer mais rápido ou mais devagar que o outro, causando um desequilíbrio.
  • Dor: Pode haver dor na região do punho ou do antebraço, especialmente com a atividade.
  • Limitação de movimento: Dificuldade em realizar certos movimentos do punho ou do antebraço (rotação, flexão, extensão).
  • Assimetria visível: A diferença entre os dois antebraços pode ser notória.

Causas

A principal causa de um bloqueio da epífise distal do rádio/cúbito é:

  • Traumatismo: Lesões na placa de crescimento, como fraturas, são a causa mais comum. Um impacto direto ou uma força de torção podem danificar as células da placa de crescimento, levando à sua fusão prematura ou a um crescimento assimétrico.
  • Infeções: Infeções ósseas (osteomielite) que afetam a placa de crescimento podem danificá-la.
  • Tumores: Certos tipos de tumores ósseos benignos ou malignos na área da epífise podem afetar o crescimento.
  • Doenças sistémicas: Algumas condições médicas (raras) podem afetar o crescimento ósseo de forma generalizada, incluindo as placas de crescimento.
  • Iatrogénicas: Complicações de cirurgias anteriores na região, onde a placa de crescimento pode ter sido inadvertidamente lesada.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por um médico, geralmente um ortopedista pediátrico, e inclui:

  • Histórico clínico detalhado: O médico irá questionar sobre lesões anteriores, o início dos sintomas e o desenvolvimento do braço.
  • Exame físico: Avaliação da assimetria dos membros, amplitude de movimento do punho e antebraço, e pesquisa de dor à palpação.
  • Radiografias (RX): São essenciais para visualizar as placas de crescimento. São geralmente feitas radiografias comparativas de ambos os antebraços (o afetado e o não afetado) para avaliar as diferenças de comprimento e a condição das placas de crescimento.
  • Tomografia Axial Computorizada (TAC) ou Ressonância Magnética Nuclear (RMN): Podem ser solicitadas para obter imagens mais detalhadas da placa de crescimento e das estruturas circundantes, especialmente para avaliar a extensão do dano ou a presença de pontes ósseas (barras ósseas) que estejam a impedir o crescimento.

Tratamento

O tratamento depende da idade da criança, da extensão do bloqueio de crescimento, do grau de deformidade e do potencial de crescimento residual.

  • Observação: Em casos de bloqueios parciais muito pequenos ou em crianças próximas do final do crescimento, pode ser apenas necessário monitorizar.
  • Cirurgia: Na maioria dos casos sintomáticos, a cirurgia é necessária:
    • Resseção da ponte óssea: Se uma “ponte” ou “barra” óssea tiver formado na placa de crescimento, impedindo o crescimento normal, esta ponte pode ser removida cirurgicamente. É um procedimento delicado que tenta restabelecer o potencial de crescimento.
    • Epifisiodese contralateral: Se o bloqueio for completo e a criança ainda tiver um crescimento significativo, pode ser necessário “bloquear” (epifisiodese) a placa de crescimento do osso saudável do outro braço para que o crescimento seja equilibrado e os braços fiquem com comprimentos semelhantes.
    • Osteotomia corretiva e alongamento ósseo: Em casos de deformidade significativa ou grande diferença de comprimento, pode ser necessário cortar o osso e corrigi-lo (osteotomia) ou utilizar técnicas de alongamento ósseo para igualar os comprimentos.
  • Fisioterapia: Após a cirurgia ou para gerir os sintomas, a fisioterapia é importante para manter a mobilidade e fortalecer os músculos.

Prevenção

A prevenção de um bloqueio da epífise distal do rádio/cúbito está principalmente ligada à prevenção e ao tratamento adequado de lesões ósseas em crianças:

  • Prevenção de traumatismos: Praticar desportos com segurança, usar equipamento de proteção adequado e criar ambientes seguros para as crianças.
  • Tratamento imediato e adequado de fraturas: Qualquer fratura que envolva ou esteja próxima de uma placa de crescimento em crianças deve ser avaliada e tratada por um especialista (ortopedista pediátrico) o mais rapidamente possível para minimizar o risco de danos na placa de crescimento.
  • Monitorização: Após uma fratura na zona da placa de crescimento, é crucial um seguimento radiológico cuidadoso durante algum tempo para detetar precocemente qualquer sinal de bloqueio de crescimento.